Assim como todos os últimos filmes feitos sobre exorcismo, “Possessão” não foge da mesmice. Baseado no artigo “A jinx in a Box?”, publicado no “Los Angeles Times”, em 2004, a história gira em torno de um casal divorciado que acaba passando por problemas ainda maiores depois que uma de suas filhas, Emily (Natasha Calis), resolve comprar uma caixa antiga e misteriosa em uma liquidação de garagem.
Depois que o objeto é comprado, a jovem passa por uma brusca mudança de comportamento. Devido ao recente divórcio, a alteração de humor da menina não é levada em conta pela irmã mais velha e pela mãe. Mas o pai, Clyde (Jeffrey Dean Morgan), começa a desconfiar que a misteriosa caixa esteja relacionada com o comportamento agressivo de Emily.
O longa tem uma narrativa lenta durante boa parte da trama, e quando há ação, a trilha sonora acaba diminuindo a sensação de tensão. A música sempre acaba premeditando alguma cena de suspense, preparando o espectador para o susto. O diretor dinamarquês Ole Bordenal também abusa dos tradicionais apagões de luzes para tentar causar espanto.
A única novidade do longa é a presença da cultura judaica. O demônio responsável pelo desenvolvimento da história é chamado de Dybbuk e a tal caixa misteriosa é um artefato judaico que aprisiona a criatura maligna. Para combater o mal que se apossou da jovem Emily, a família não recorre a um padre católico, mas sim ao judeu Tzadok (Matisyahu). Apesar de tentar inovar, a cena do exorcismo judaico é curta, não tendo tantos detalhes sobre as diferenças para o ritual católico, tão explorado em outros filmes do gênero.
Além da história batida, “Possessão” também sofre com os jovens atores no elenco. As duas filhas do casal são parte importante do enredo do filme, mas a garota possessa feita por Natasha Calis deixa a desejar. As relações pessoais entre os personagens também são pouco trabalhadas. Técnico de um time universitário de basquete, Clyde teria causado problemas em seu casamento por não ter muito tempo para a família, porém essa visão de pai e marido relapso não fica tão clara no longa.
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